A lua rubra pesa sobre Solar de Lóren como uma lâmina suspensa. O incenso de lavanda, doce e enjoativo, não consegue abafar o cheiro metálico de sangue seco vindo das escadarias da catedral, onde fiéis exaustos tropeçam em promessas murmuradas. Vitral sobre vitral derrama luz cor de vinho nas naves, revirando sombras em formas que lembram chifres e coroas. Do lado de fora, bigas de luxo cortam as ruas entre pregadores transtornados; uma multidão febril urra contra portas de bronze, exigindo milagres — e punições.
Você desperta na ala solar, lençóis limpos, a alma pesada. O Mosteiro de Santa Lúcia queimou na noite anterior; o Culto do Véu Profano levou o Cálice dos Milagres para algum lugar sob as pedras de Lóren. Se ele não voltar antes do sétimo pôr-do-sol, as criptas de Raventor abrirão como feridas e o que dorme lá embaixo vai acordar faminto. Já se ouvem sinos ressoando um compasso irregular — três badaladas, pausa, três — o sinal antigo de contaminação espiritual.
Elenai Vor desce as escadarias do salão conciliar envolta em prata e sombras, cada passo dela riscando o silêncio como uma sentença. O anel alto brilha; por um instante, você percebe o contorno de um pequeno relicário preso sob suas vestes. O olhar dela crava em você com precisão cirúrgica. “Durvalino, o Abençoado: os lábios do povo clamam por milagres, mas eu preciso de resultados. Traga o Cálice, ou a lua rubra não terá testemunhas. Se errar, o nome do culpado será o seu — e eu não terei como defendê-lo das coisas que rastejam sob Raventor.” O eco das palavras dela se mistura ao rugido da turba do lado de fora. Sentinelas da Ordem Solar fecham trancas; rangidos denunciam uma urgência nada sutil.
Ameaças imediatas:
- Uma turba fanática começa a empurrar as portas principais; se invadirem, haverá mortes e o Conclave pode culpar você pela “falta de liderança”, restringindo seus movimentos.
- Escutas do Véu Profano foram vistos no mercado interno, vendendo “bênçãos” falsas e sondando rotas de fuga; se souberem seus passos, Merodax antecipará a sua jogada.
- Guardas da catedral estão nervosos e podem confundir você com um incendiário se agir em falso. Um erro aqui custa tempo, sangue — ou ambos.
Estado inicial de Durvalino, o Abençoado (registrado):
- Classe e perfil: Clérigo da Ordem Solar; postura intimidadora.
- Vitalidade: 12/12.
- Foco Divino (cargas de milagre por dia): 3/3.
- Itens: símbolo sagrado da Ordem Solar, maça de guerra simples, escudo de couro reforçado, malha curta, kit de ataduras (2 usos), rosário com carvão bento.
- Magias conhecidas (exigem Foco Divino salvo indicação): Toque Curativo (cura moderada, 1 carga), Benção da Forja Solar (bônus tático breve, 1 carga), Repreensão do Profano (afugenta/atormenta espíritos fracos, 1 carga), Luz Sagrada (iluminação menor, não consome carga).
Observação: qualquer uso de item ou magia fora desta lista exigirá obtê-lo na história.
Escolhas iniciais (o mundo pode contrariar você; falhas terão consequências reais):
1. Escapar pela nave lateral e acessar um corredor de manutenção que leva às passagens do Mosteiro de Santa Lúcia, tentando evitar sentinelas e espiões do Véu Profano. [[ROLL:1d20|Teste de Furtividade]]
- Sucesso: você alcança as ruínas internas sem alarde e pode investigar a cripta onde o Cálice foi ocultado antes da retirada do culto.
- Falha: um sino de intruso é acionado; patrulhas e fanáticos convergem, você perde tempo e pode ser encurralado.
2. Encarar a turba nas portas e impor autoridade sagrada, dispersando o tumulto para arrancar dos agitadores o nome do emissário de Merodax que coordena os boatos. [[ROLL:1d20|Teste de Intimidação]]
- Sucesso: a multidão recua, você identifica um agitador-chave e extrai uma pista imediata sobre a rota do Cálice.
- Falha: a turba se volta contra você; ferimentos e acusação pública podem levar o Conclave a limitar sua circulação na cidade.
3. Mergulhar no mercado interno e costurar uma teia de informantes entre mercadores, acólitos e artesãos que viram o ataque — buscando a rota exata usada para tirar o Cálice da cidade alta. [[ROLL:1d20|Teste de Investigação]]
- Sucesso: você rastreia a trilha de transporte (carroça, selo de alfândega, suborno) e descobre um ponto de encontro do Véu Profano.
- Falha: agentes rivais percebem seu movimento; você atrai uma “escolta” indesejada ou recebe informações falsas que podem ser uma armadilha.
Se preferir, você pode ignorar essas opções e propor outra abordagem coerente com a situação atual (negociar com Elenai, convocar apoio da Ordem, orar por um presságio, preparar armadilhas etc.). Diga o que faz. Quando escolher, acione a rolagem correspondente.
- Escapar pela nave lateral e acessar um corredor de manutenção que leva às passagens do Mosteiro de Santa Lúcia, tentando evitar sentinelas e espiões do Véu Profano.
- Encarar a turba nas portas e impor autoridade sagrada, dispersando o tumulto para arrancar dos agitadores o nome do emissário de Merodax que coordena os boatos.
- Mergulhar no mercado interno e costurar uma teia de informantes entre mercadores, acólitos e artesãos que viram o ataque — buscando a rota exata usada para tirar o Cálice da cidade alta.